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DEL SACRO CUORE
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Bom Natal!
Posted by Annamaria Berta
Quantas vezes, neste tempo, faremos este simples voto a tantas pessoas e de tantas pessoas o receberemos. Uma saudação e um voto que muitas vezes dizemos distraídamente ou por formalidade ditada pelo momento em que se vive. Mas, se pensamos bem este simples voto encerra um significado profundo. Dizendo “Bom Natal” desejamos que o dia (25 de Dezembro) se passe bem e com serenidade em família...e tudo isto é muito bonito, mas este simples voto pode ter também uma força e uma carga espiritual. Ao desejarmos: “Bom Natal” queremos alargar os horizontes de modo que não só aquele dia seja bom mas que possamos viver todo um ano bom, vivido fazendo coisas boas, dizendo coisas boas, amando o bom que nos rodeia, amando a história em que somos chamados a viver e a construir, amando com paixão este mundo com as suas alegrias e as suas contradições.
Deste modo o “Bom Natal” não se refere apenas ao dia 25 de Dezembro e às festas deste período, mas estende-se à vida concreta onde, como o Verbo, também nós somos chamados à incarnação. Uma incarnação não apenas espiritual mas concreta, como foi concreta a incarnação do Filho de Deus: «Por isso, ao entrar no mundo, Cristo diz: “Não quiseste sacrfício nem oblação, mas preparaste-Me um corpo. Os holocaustos e sacrifícios pelo pecado não Te agradaram. Então Eu disse: Eis que venho...”» (Heb 10, 5-7). “Eis que venho” é este o bom Natal que nos devemos desejar reciprocamente e que se torna um convite a repetir com Ele “Eis que venho”; deste modo unimo-nos à sua oferta para fazer da nossa vida uma oblação ao serviço do Reino. Esta oferta torna-nos capazes de levar dentro de nós, na profundidade da nossa existência, todas as realidades com as quais contactamos e faz-nos descobrir as sementes do Verbo que foram dispersas em todas as relaidades terrestres; a nós a tarefa de saber reconhecê-las.
A liturgia convida-nos a esperar..., uma espera carregada de esperança e que nos convida ao acolhimento, feito de gestos concretos, e o presépio é um exemplo disto mesmo:
Jesus acolheu o convite do Pai e disse “Eis que venho” e “o Verbo se fez carne”;
Maria acolheu o anúncio do Anjo e disse “Eis-me aqui” e no seu ventre o Verbo toma forma;
José acolheu o mistério em que se encontrou envolvido e foi o custódio fazendo de pai e de esposo;
os pastores acolheram o anúncio do anjo e puseram-se a caminho.
Que também a nossa espera seja activa e concreta para podermos acolher o Príncipe da paz e à nossa volta sermos sinal e testemunho do seu amor.
Esta poesia que encontrei parece-me muito significativa para vivermos o nosso Natal no concreto da nossa existência.


O PRESÉPIO SOMOS NÓS

O nosso corpo presépio vivente,
nos lugares onde somos chamados a viver e a trabalhar.
As nossas pernas como as dos animais
que visitaram a gruta “naquela noite”.
O nosso ventre como o de Maria
que acolheu e fez crescer Jesus.
Os nossos braços como os de José
que o embalaram, o levantaram, o abraçaram e para ele trabalharam.
A nosa voz como a dos anjos
para louvar o Verbo que se fez carne.
Os nossos olhos como os olhos admirados de todos aqueles
que na Noite Santa o viram na manjedoira.
Os nossos ouvidos como o dos pastores
que escutaram espantados o canto divino proveniente do céu.
A nossa inteligência como a dos Magos
que seguiram a estrela até à Sua casa.
O nosso coração como a manjedoira
que acolheu o Eterno
que se fez pequeno e pobre como um de nós.



Desejo a todos/as que vivam um Bom Natal e na noite santa agradeçamos juntos ao Deus Menino o dom da Companhia Missionária.

Em comunhão
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