Formar os seus membros é a tarefa primordial de um Instituto secular. Na verdade, os Institutos seculares não poderão exercer a alta missão a que foram chamados se os seus membros não forem cuidadosamente formados nas coisas divinas e humanas, de tal maneira que sejam verdadeiramente fermento no mundo para vigor e incremento do Corpo de Cristo (cfr. P.C. n.11).
Na Companhia Missionária, depois de um período mais ou menos longo de
discernimento, o itinerário formativo é o seguinte:
- período de
orientação (normalmente dois anos). É o tempo em que a aspirante é ajudada a conhecer e a tomar consciência da grandeza do chamamento para a vida como mulher e a discernir as suas atitudes para a consagração secular a Deus na CM;
-
biénio de formação (preparação imediata à consagração). É um tempo particularmente importante para que a aspirante aprenda a viver numa
disponibilidade radical ao amor, e segundo o estilo próprio do Instituto, a fim de cristianizar integralmente o seu ser, segundo o plano das Bem-aventuranças evangélicas e de estabelecer as bases essenciais em relação ao mundo onde é chamada a viver a sua consagração secular na CM;
- período de
incorporação temporária (normalmente cinco anos), após a primeira emissão dos votos e antes da incorporação perpétua. Este período tem como finalidade ajudar a missionária a continuar o trabalho da sua formação como um meio que pode favorecer a estabilidade e fidelidade dinâmica ao projecto de vida a que aderiu livremente;
-
formação permanente – a missionária tem consciência que a formação é um valor que deve acompanhar todo o percurso da sua vida, daí que se sinta chamada a
viver em estado de formação permanente para responder de modo sempre renovado à sua consagração no mundo, segundo o carisma específico do Instituto. Este organiza anualmente jornadas de formação e aprofundamento da espiritualidade ou de outros temas que possam favorecer o crescimento da identidade CM. As missionárias participam nestas jornadas com a finalidade de reavivar e reforçar quer o sentido da sua vocação quer o sentido de pertença à Companhia Missionária.
O Instituto possui um
Plano de Formação de Base que serve de guia para o trabalho das Responsáveis de formação e das próprias formandas. Todo o trabalho formativo tem como objectivo conduzir cada membro a descobrir e viver a vocação a que foi chamada cuja peculiaridade está no
“ anélito à afirmação simultânea de duas características: a plena consagração da vida segundo os conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência e a plena responsabilidade de uma presença e acção transformadoras no interior do mundo para o plasmar, aperfeiçoar e santificar” (Paulo VI), imprimindo a toda a vida o estilo que decorre da contemplação de Cristo no mistério do seu Coração Trespassado.
Normalmente não há um lugar específico para a formação. As Responsáveis de formação seguem as formandas onde estas vivem, numa dinâmica que envolve encontros pessoais, encontros de grupo, momentos intensivos de formação (cursos, semanas, seminários, etc). Não é pedido às formandas que deixem as suas normais actividades (às vezes, apenas, que redimensionem alguns aspectos, para deixar o tempo físico e psicológico necessário ao trabalho formativo), pois elas devem aprender, desde o início e em situação, a enfrentar e resolver a problematicidade da relação entre a oração e a vida, entre a contemplação e a acção.
Uma das características dos Institutos seculares, que tem marcado fortemente a vida da CM, é a situação de
diáspora, a qual exige, em muitos casos, um acompanhamento à distância. Desafio não fácil, mas ao qual o Instituto, com lucidez e criatividade, tem vindo a dar uma resposta fundamentalmente positiva.